quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Brasil busca espaço na maior feira de importação e exportação do mundo

CANTÃO – O Brasil tenta se inserir na Canton Fair - a maior feira de importação e exportação do mundo que acontece este mês até o dia 31 em Cantão, na China. Ainda de forma tímida, empresas de áreas como mármore, xarope de guaraná, material de construção estão presentes no evento na tentativa de ganhar mercado não só na China, mas aproveitar a visibilidade e entrar em outros países.
Mas feira é tão grande que a inserção no pavilhão do mercado internacional se torna ínfima. Dos 58,6 mil estandes nas três fases da Canton Fair, apenas quatro são do Brasil. O País está presente na feira a partir de uma articulação da Associação Brasileira de Promoção de Exportações e Investimento (Apex) que tenta não só abrir as portas para a entrada de produtos made in Brazil na China, como também convencer os empresários a investirem na Ásia.
O representante da Apex na China, Cesar Yu, argumenta que mesmo com a competição acirrada por conta dos preços asiáticos, há espaço para o Brasil, desde que ele opte por colocar produtos de qualidade. “De fato, o maior entrave é o custo, mas há hoje consumidor querendo comprar peças mais caras e com qualidade”, comenta ele. Atualmente, o maior volume de compras da China em relação ao Brasil é de commodities.
Empresas como Vale, por exemplo, têm no país asiático um dos seus maiores mercados para o minério de ferro. “Hoje a China tem espaço para calçados de qualidade, por exemplo. É preciso o Brasil encontrar seu mercado”. Nesta 110 edição da Canton Fair, as seguintes marcas brasileiras estão presentes: Marbrasa, Amazon Flavos, Soprano e Astra. “Faz cinco anos que iniciamos a exportação para a China. No começo a gente chegou a vender até uma quantidade maior, mas hoje já há uma concorrência grande. Além disso, eles compravam todo tipo de produto. Agora, estão mais exigentes”, comenta o representante da empresa, Leonardo Gonçalves.
Com sede no Espírito Santo, a Marbrasa atua no segmento de mármore e extrai anualmente 4.000 metros cúbicos do produto. A Amazon Flavor está de olho no consumo de refrigerantes chinês. Detentor da marca Ice Cola, empresa que funciona no sistema de sociedade – no fornecimento do xarope onde o parceiro pode adotar a marca e entrar percentualmente com a formação de uma espécie de franquia. A empresa alega ter preço para colocar seu produto na casa dos asiáticos.

Feira
Instalada num espaço 1,6 milhão de metros quadrados construídos para atender a demanda da feira, a Canton Fair é considerada a maior feira de lançamentos do mundo. Dividida em três etapas, abrange os mais variados setores, tais como construção civil, com máquinas e equipamentos; varejo com amplo espaço para tecnologia, utilidade doméstica, com artigos de decoração, têxtil, entre outros. Ela acontece duas vezes por ano e tem como expectativa de pós-feira movimentar US$ 10 bilhões.

Cantão
O governo do Estado vai se render ao mandarim. O poder executivo está prospectando escritórios de advocacia para auxiliá-lo na atração de investimento chinês. Entre as ações para se aproximar desses empresários, está desvendar a legislação tributária brasileira para os asiáticos e mostrar as vantagens de programas como o pro-auto, por exemplo, para captar novos aportes para o território pernambucano. Para isso, o documento com todas as regras e passo a passo para abrir uma empresa no Brasil será disponibilizado no site do governo incluindo o mandarim como uma das línguas disponíveis do documento. É o primeiro passo para romper uma das principais barreiras entre as duas nações.
“Não dá para deixar mais o mandarim de lado. Recebemos outro dia uma carta da montadora chinesa BYD, que tem na lista de produtos carros híbridos. Eles pediram informações sobre o programa de incentivo para a indústria automotiva e também sobre como foi o processo de atração para implantar a Fiat”, comenta Breno Perez Coelho, secretário executivo do governo do Estado. Breno Coelho está seguindo hoje, terça-feira, para Pequim para conversar com alguns escritórios que atuam nessa área e fechar a parceria.
O Estado tem tido auxílio da Câmara Americana do Comércio (Amcham), algo que facilitará até na divulgação pelo resto do mundo. Atualmente, é possível encontrar algumas informações sobre como instalar empresa no Estado e quais os benefícios concedidos para cada setor, mas o documento só é encontrado em inglês e português. A nova formatação será feita em cinco idiomas, incluindo espanhol, italiano e mandarim.

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