quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Frear inflação é compromisso mais imediato do Brasil, diz OCDE

Em estudo divulgado nesta quarta-feira, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) alerta o governo brasileiro para a necessidade de frear a inflação. De acordo com o documento, conter a inflação, situada atualmente acima do teto de 6,5% fixado pelo governo, "sem exercer pressões inflacionárias nas taxas cambiais é o desafio macroeconômico mais imediato".
Segundo a última divulgação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a prévia da inflação oficial mensal foi de 0,42% em outubro, quando o ideal, segundo o governo, é de 0,37% para manter a taxa no centro da meta (4,5%). O acumulado em 12 meses está em 7,12%, acima do máximo estipulado pelo governo.
De acordo com o relatório, a OCDE classifica como "compreensíveis" as medidas brasileiras de frear a entrada de capital externo com viés especulativo - ou seja, que apostam nos juros altos brasileiros -, mas alerta que o País deve "confiar de maneira mais significativa na consolidação fiscal". A OCDE alerta, ainda, para a necessidade de o Brasil investir em infraestrutura, protegendo a área de cortes orçamentários, e para a "importância de impulsionar os índices de investimentos, que são baixos, pelos moldes internacionais".
O relatório prevê também que o crescimento da economia brasileira deve ficar abaixo dos 4% neste ano, mas ainda assim será acima da média dos países da OCDE. No início do mês, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, já havia admitido que a perspectiva de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro ficaria entre 3,5% e 4%, percentual abaixo dos 4,5% previstos inicialmente pelo governo.
O documento elogia medidas tomadas pelo governo brasileiro, principalmente na área social, com programas como o Bolsa Família. "O que é ainda mais notável é o progresso sem precedentes realizado em matéria de metas sociais, incluindo a redução da pobreza e das desigualdades. Acreditamos que o Brasil poderá alcançar, a médio prazo, um crescimento mais elevado e com inclusão ainda mais abrangente. O programa de transferência de renda Bolsa Família tem obtido pleno êxito no combate à pobreza infantil, devendo ser mantido e até mesmo ampliado", afirma o relatório.
A OCDE também parabeniza o governo brasileiro pelo corte de R$ 50 bilhões no orçamento, anunciado no início do ano, e afirma que o País deve continuar nesse rumo. Ainda segundo o relatório, a OCDE está preocupada com a crescente valorização do real e alerta para os problemas que a situação pode causar em relação à competitividade do País no mercado internacional. "Desaconselhamos esforços com vista a compensar o aumento", destacou o relatório.

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