O superávit primário do governo central atingiu R$ 5,4 bilhões em setembro, mais que o dobro do verificado em agosto, quando o esforço foi de R$ 2,5 bilhões. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira pela Secretaria do Tesouro Nacional. No acumulado do ano, o governo já economizou R$ 75,2 bilhões, valor R$ 19,5 bilhões maior que o registrado no mesmo período do ano passado.
O resultado dos primeiros nove meses de 2011 equivale a 2,51% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro - a soma de todas as riquezas produzidas no País. O resultado de janeiro a setembro deste ano representa 81,9% do total da meta do governo, que é economizar R$ 91,8 bilhões em 2011.
O superávit primário é a economia feita pelo governo para pagar os juros da dívida pública. O resultado leva em consideração o esforço fiscal feito apenas pelo chamado governo central: Previdência Social, Tesouro Nacional e Banco Central.
Em setembro, o Tesouro Nacional contribuiu para o desempenho do mês com resultado positivo de R$ 14,8 bilhões, enquanto a Previdência registrou déficit de R$ 9,4 bilhões, contra R$ 3,9 bilhões em agosto. O Banco Central teve déficit de R$ 68,2 milhões em setembro.
Petrobras
O resultado do governo central de setembro deste ano é inferior ao medido no mesmo mês do ano passado, quando foi registrado R$ 26 bilhões de superávit. Segundo o Tesouro Nacional, isso se deve ao pagamento pela Petrobras à União de R$ 74,8 bilhões pela cessão onerosa de 5 milhões de barris de petróleo.
A União devolveu à empresa um total de R$ 42,9 bilhões e destinou o dinheiro restante, R$ 31,8 bilhões, foi destinado ao superávit primário. Com esses recursos extras, o Tesouro Nacional fechou setembro do ano passado com superávit de R$ 35,2 bilhões, mas teve de arcar com o déficit da Previdência de R$ 9,1 bilhões.
O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, afirmou que, sem levar em consideração o "efeito Petrobras", as receitas cresceram 7,7% entre janeiro e setembro de 2011 e 2010. As despesas caíram 1,6%, "abaixo do PIB nominal, o que muito nos agrada, é o que a gente vem buscando", afirmou.
Investimentos
O nível de investimentos caiu 2,7% nos primeiros nove meses de 2011 na comparação como mesmo período de 2010. No ano passado, O governo havia investido R$ 32,2 bilhões até setembro, contra R$ 31,3 bilhões em 2011. "Entendemos que há um desafio no sentido de melhorar a tendência do investimento, acho que vai melhorar, mas ainda não está como a gente gostaria", disse Arno Augustin.
Já os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) aumentaram 25,9% na comparação entre os primeiros meses do ano passado e deste ano: em 2010, o governo investiu R$ 14,3 bilhões, contra R$ 18 bilhões.
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