O Produto Interno Bruto (PIB) de Pernambuco deu um salto nos últimos nove anos. Em 2002 era de 35 bilhões de reais e a estimativa para este ano é de 110 bilhões de reais. O PIB é um dos principais indicadores econômicos – é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. Entre os principais responsáveis por esta mudança estão os investimentos em Suape e a instalação de grandes empresas no estado.
Mas ainda há muito a ser feito para que isso signifique avanços para a população e que a desigualdade em relação a outros estados mais desenvolvidos diminua. “Quando a economia está crescendo bem, o salário aumenta um pouco, mas o que define mesmo, o grande determinante da remuneração da população, é o seu nível de instrução, de formação, principalmente escolar básica mesmo”, diz o economista e professor da Universidade Federal de Pernambuco, Alexandre Rands, que lança o livro Desigualdades Regionais no Brasil nesta quarta-feira (14), na Livraria Cultura, às 19h.
Ele afirma que a população do Nordeste apresenta um nível de qualificação muito mais baixo do que o encontrado nos estados do Sudeste. “Com uma participação grande da população de baixa formação, é natural que a gente tenha um rendimento baixo, e por isso um PIB per capita mais baixo, em relação a esses outros estados”, explica. Na prática, os cargos melhores do mercado não ficam com pernambucanos. “Vai melhorar um pouco, mas não tanto. As pessoas [de fora] vão se sedimentar no nosso estado”, prevê Rands.
O Complexo Industrial e Portuário de Suape tem atualmente 100 empresas instaladas, gerando 25 mil empregos diretos e ofertando vagas para 45 mil operários da construção civil. Ao, ao todo, 70 mil trabalhadores. Para Alexandre Rands, as empresas que se instalam em Pernambuco já adotam tecnologias que utilizam uma mão-de-obra menos qualificada. “Se essa refinaria estivesse sendo feita em Chicago, seguramente ela teria outra tecnologia, que empregaria menos mão de obra menos qualificada, ela já está com um viés para qualificação da nossa mão-de-obra”, compara. Para ele, no entanto, é possível qualificar as pessoas em tempo hábil.
Entre as áreas que estão remunerando bem, Alexandre Rands cita Direito, Administração – por causa dos contratos – e Economia. “Eu diria que as áreas técnicas em geral, todas elas terão uma boa demanda no estado, dado o crescimento que estamos tendo”, analisa.
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